Falta de empatia e negação a realidade
Tenho participado de muitas reuniões online com empresários e pares que atuam em desenvolvimento humano. Certamente a pauta não pode ser outra senão a Covid-19 ou ao menos, em parte desses encontros a pauta acaba por cair neste tema.
Infelizmente, a pandemia insiste em estar no nosso dia a dia. Muito se discute o aprendizado que essa experiência da humanidade trará para as pessoas e para o mundo. Alguns dizem que seremos melhores, pelo fato de entendermos que o ser humano é interligado e que o que acontece com o outro, embora que indiretamente, também me afeta. E esse seria o maior legado.
Contudo, temos, além do vírus, muitos obstáculos até alcançar essa maturidade e aprendizado. A primeira delas é lidar com grupos de pessoas que negam a existência da pandemia. Isso no Brasil é muito forte e reflete dentro das empresas também.
Os negacionistas, segundo especialistas que estudam essas pessoas, têm ideias próprias – muitas vezes delirantes – que atrapalham o combate a pandemia. Muitas vezes assumem papel de distribuidores de fake news, são pessoas que não querem usar EPI’s ou que transgridem regras de distanciamento social e por aí vai. Isso pode causar um grave problema para as empresas, principalmente aquelas que possuem um grande número de colaboradores. Já estamos vendo notícias de companhias que precisaram parar sua produtividade porque grande parte da população interna foi infectada e outra parte teve contato com ela. Isso é grave.
Outro grupo que preocupa, e aí é mais fácil de identificar, são as pessoas que não respeitam as regras estabelecidas. Aí é uma questão de princípio, valores e educação mesmo. Essas pessoas sabem da gravidade, mas se acham no direito de olhar só para elas. E pasme, jovens compõe grande parte desse grupo. Mesmo com acesso a informação, se pautam por não estarem no grupo de risco, excluindo a realidade de levar a doença para pessoas de alto risco, mesmo que essas sejam seu colega de trabalho ou familiar.
E como lidar na empresa?
Para que o legado lá na frente seja positivo e todos aprendamos, é preciso de regras rígidas agora. Mais: que as regras sejam cumpridas. Atenção membro da CIPA e Recursos Humanos: é preciso valer o que a empresa definiu como proteção ao colaborador. Quem nega ou desrespeita precisa ser advertido para não comprometer a saúde de todos os outros colaboradores e a saúde financeira da empresa e das famílias que dependem do bom funcionamento da companhia.
Atenção setor de comunicação interna: mais do que nunca, informações constantes, criativas e de engajamento são extremamente importantes para que os colaboradores entendam as regras e as orientações. E mais, que se possível, levem isso também para suas casas e para a sua comunidade.
Agindo assim, as empresas já estarão construindo o futuro pós-pandemia pois certamente as pessoas que têm uma atitude mais colaborativa e solidária hoje vão se sair melhor no trabalho futuro do que aquelas individualistas. Quem entende que o momento pede para que as pessoas se abram para repactuação, para um retorno as relações de confiança, de divisão de tarefas de prejuízos, são os candidatos a entenderem também o futuro com êxito. São estes, com certeza que estão construindo o amanhã.
Fonte: De Bernt