O mundo corporativo está aprendendo a conviver com o luto
São décadas de convivência dentro das organizações. Posso afirmar que ao longo desses anos, nunca tinha me deparado com tanta frequência com a palavra ‘luto’, seja ela nos telejornais, nas redes, nas rodas de amigos, nas famílias dos colegas, e também em casos entre colegas de trabalho.
O ano de 2020 trouxe esse pesar para dentro das empresas. O fenômeno da pandemia espalhada mundo afora colocou o luto à nossa porta. E como agir nessas situações? Muitas empresas têm se questionado sobre isso. Embora não seja algo novo para se lidar, há desafios, até mesmo pela frequência em que se vem perdendo pessoas do círculo de relacionamento das empresas e de seus colaboradores.
Em conversa com executivos de Gestão de Pessoas, observei algumas iniciativas bastante inteligentes e empáticas, que quero compartilhar.
Muitas dessas empresas estão indo além das ações básicas de apoio no momento de uma perda, como a gentileza de uma mensagem, do envio de uma coroa de flores ou mesmo a ida ao velório do ente querido para a entrega de um abraço (embora esse último não se possa fazer em muitos lugares ainda).
Essas companhias com as quais conversei com seus executivos de gestão, tem por exemplo, por meio de iniciativas do setor de recursos humanos, criado ações como rodas de conversas online com os colaboradores, sempre com um especialista em luto, ou um psicólogo que possa dar suporte. São nesses encontros que as pessoas podem falar e serem ouvidas. O que dá conforto e ajuda na dura travessia desta fase.
Outras empresas ainda têm contratado profissionais na área de psicologia e vêm criando programas com esse viés. Além disso, vão além do que a CLT prevê, como o consentimento de as licenças no momento de perdas. Elas têm tratado os casos um a um, respeitando a realidade de cada pessoa enlutada.
Uma colega que trabalha na área de recursos humanos em uma companhia com dezenas de funcionários, relatou a mim ainda uma profunda angustia vivida pelos colaboradores, que é uma outra espécie de luto: a sensação de perda de um projeto, o adiamento de uma festa de casamento, a exposição que muitos familiares precisam se submeter devido a uma determinada atividade profissional e por aí vai. A pandemia trouxe consigo também essas perdas, e elas não podem ser negadas.
Para isso, a empresa, também abriu o programa com psicólogos para que o colaborador que se sentisse à vontade pudesse buscar ter uma conversa, e desta forma entender um pouco mais sobre esses sentimentos internos.
Companhias que se colocam no lugar das pessoas, terão maiores chances de ter melhores resultados apresentados por sua equipe durante esta fase pandêmica. Quanto mais saudáveis mentalmente e amparados forem os colaboradores, um maior sentimento de pertencimento surtirá, e isso reflete na felicidade e na produtividade das pessoas. É hora de pensar nisso!
FONTE : DeBernt